CASA DAS 2 VIGAS
TIBAU DO SUL | RN | BRASIL
107 M²
2011 | 2016
⌥ PREMIADA
POR
Entre o mar, lagoa e a encosta, a Casa das Duas Vigas se apoia sobre o terreno como quem pousa. A arquitetura nasce da precisão de um gesto simples: duas vigas, quatro pilares, e o espaço que disso decorre. A estrutura, reduzida ao essencial, é o próprio desenho da casa. Ela não representa — constrói.
O terreno, em declive, orientou a organização em dois pavilhões, deslocados entre si e conectados por uma sequência de escadas que conduzem o corpo e o olhar. A diferença de cotas não é obstáculo, mas oportunidade. É do desnível que nasce a espacialidade — esse espaço contínuo que permite, de qualquer ponto, ver o mar, sentir o vento, perceber a luz.
Sob o vão, o vazio. Um abrigo à sombra, onde o ar circula livre e o tempo se dilata. Esse espaço inferior, ora lugar de descanso, ora de encontro, é o intervalo que torna a arquitetura viva — o espaço que não se desenha, mas que acontece.
No pavilhão superior, um terraço se projeta sobre as copas das árvores. A vista se abre e o horizonte se faz presente. A natureza não está em volta da casa: está dentro dela, incorporada à estrutura, à sombra, à brisa. A árvore é também pilar; o vento, também parede.
A escolha dos materiais segue o raciocínio da obra. Concreto, vidro, madeira e metal não se escondem. Cada elemento participa da construção como parte de um mesmo corpo, revelando a verdade do que sustenta. A casa é feita para durar — não por resistência heroica, mas por coerência.
Mais do que uma residência, é um modo de pensar a arquitetura. A Casa das Duas Vigas demonstra que o essencial basta, e que a beleza surge quando se constrói apenas o necessário. A estrutura é o espaço, e o espaço é o próprio lugar. O que se ergue aqui não é apenas uma casa — é um modo de estar no mundo.
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Ю: Nelson Kon ©
ACOMPANHAMENTO DE OBRA